domingo, 5 de maio de 2013

Beatificação da Nhá chica

Nhá Chica


O BRASIL CATÓLICO : A Primeira santa negra do Brasil




Diante de tantos milagres, de inúmeras bençãos acontecidas em seu tempo e nos dias de hoje pela sua intercessão, a igreja  católica no Brasil, se inicia o processo de uma mulher simples, analfabeta e negra.
Historicamente é um fato inédito numa igreja que durante séculos auto afirmou a escravidão no Brasil, que foi  omissa diante da atrocidade da escravidão negra no Brasil. Onde muitos de seus padres inventaram inúmeras fábulas e mitos para menosprezar os negros e seus descendentes. Criando o mito de Cam para assim amedrontar de forma cruel a figura do negro estigmatizado por  maldições, maldição essa pregada e que estava impregnada em sua pela e sua alma.
Assim vemos nos seculo XXI, uma nova mentalidade dos últimos dois papas para de certa forma corrigir os erros do passado, elevando a honra dos altares a figura simplória de uma pobre mulher negra do interior das Minas Gerais.Assim Francisca de Paula de Jesus, conhecida popularmente como Inhá Chica, e tendo como grande coincidência o nome do Santo dos pobres e das minorias que estão a margem da sociedade. coincidentemente o mesmo do nome adotado pelo papa da atualidade. Assim vemos também mais uma vez uma igreja que ainda cultiva em seu alto escalão o preconceito aos afro descentes se curvando a humilde serva do Senhor.
Porque não podemos ser hipócritas em afirma que não existe preconceito no seio da igreja quanto a negros e seus descendentes. Como dizem a história "contra fato não há argumento". Quase não vimos na ultima eleição papal a presença de cardeais negros, se não em engano apenas um cardeal negro com direito a voto. Onde estão nas dioceses do Brasil os bispos negros, padres e religiosos. Em nossa igreja particular de Montes Claros, onde estão ???????
Mas emfim, é um importante fato que acontece na igreja, por que não dizer inédito. Em um Estado onde grande parte da população ainda tem em seus cernes e âmagos o preconceito enraizado.
Lembro aqui no meu nobre e honrado professor que tenho uma grande admiração o Padre Antonio Alvimar de Souza, que nos narra que em um dos seus atendimentos como padre uma certa senhora da alta sociedade de montes claros, mira ao seu encontro e lhes pergunta aonde está padre? O mesmo dize a senhora _ O padre sou eu. E ela com cara de medo e espanto dize a ele a igreja católica já está ordenando " Padre preto".
Infelizmente ainda é essa mentalidade que muitos cultivam depois de anos da Lei Áurea.Agora hão de dobrar diante do Deus todo poderoso que não faz distinção de cor  e quis elevar a honra dos altares a primeira Beata das Minas Gerais a nossa querida e amada Nhá Chica.

Nhá Chica rogai por nós!!
Rogai por aqueles que o mundo deixou esquecidos!!!
Rogai pelos negros de vossa terra para que não haja preconceito em nosso país!!




  Conheça um pouco mais de Nhá Chica
Francisca de Paula de Jesus, carinhosamente chamada de Nhá Chica, nasceu em 1808 em Rio das Mortes – São João Del Rei (MG). É Filha de mãe escrava e, supostamente, senhor branco. Aos 26 de abril de 1810, recebeu o Sacramento do Batismo, na Capela de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, São João Del Rei (já com 2 anos de idade). Foram seus padrinhos: Ângelo Alves e Francisca Maria Rodrigues.
Em 1816, com 8 anos de idade, veio para Baependí acompanhada da mãe, dona Isabel Maria e do irmão Teotônio Pereira do Amaral, morando, assim, os três em uma casinha no alto da colina. O referido lugar alguns anos mais tarde, ganhou o nome de Rua da Conceição e a casa, onde viveu a Serva de Deus foi conservada através das décadas.
Em 1818, quando a pequena Francisca, tinha apenas 10 anos de idade, a mãe passou desta vida para a outra, deixando aos cuidados de Deus e da Virgem Maria aquelas duas crianças, de 10 anos Nhá Chica e, de 12 o Teotônio. Órfãos de mãe, cresceram sob os cuidados e a proteção de Nossa Senhora, que pouco a pouco foi conquistando o coração de Nhá Chica. Esta, a chamava carinhosamente de “Minha Sinhá” que quer dizer: “Minha Senhora”, e nada fazia sem primeiro consultá-la.
Nhá Chica soube administrar muito bem e fazer prosperar a herança espiritual que recebera da mãe. Nunca se casou. Rejeitou com liberdade a todas as propostas de casamento que lhes apareceram. Se dava bem com os pobres, ricos e com os mais necessitados. Atendia a todos os que a procuravam, sem discriminar ninguém e, para todos tinha uma palavra de conforto, um conselho ou uma promessa de oração. Ainda muito jovem, era procurada para dar conselhos, fazer orações e dar sugestões para pessoas que lidavam com negócio. Muitos, não tomavam decisões sem primeiro consultá-la, e para tantas pessoas, ela era considerada uma “santa”, todavia em resposta para quem quis saber quem ela, realmente, era, respondeu com tranquilidade: “…nunca fiz milagres: eu rezo a Nossa senhora, que me ouve e me responde; é por isso que posso responder com acerto quando me consultam, e afirmo o que digo”. “É porque eu rezo com fé”.
Sua fama de santidade foi se espalhando de tal modo que pessoas de muito longe começaram a frequentar Baependi para conhecê-la, conversa com ela, falar-lhe de suas dores e necessidades e, sobretudo para pedir-lhe orações. A todos, atendia com a mesma paciência e dedicação, mas todas as sextas-feiras, não atendia a ninguém. Era o dia em que lavava as próprias roupas e se dedicava mais à oração e à penitência. Isso porque sexta-feira é o dia que se recorda a Paixão e a Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo para a salvação de todos nós. Às Três horas da tarde, intensificava suas orações e mantinha uma particular veneração à Virgem da Conceição, com a qual tratava familiarmente como a uma amiga.
Nhá Chica era analfabeta, pois não aprendeu a ler nem escrever, desejava somente ler as Escrituras Sagradas, mas alguém as lia para ela. Compôs uma Novena à Nossa Senhora da Conceição e em Sua honra, construiu, ao lado de sua casa, uma Igrejinha, onde venerava uma pequena Imagem de Nossa Senhora da Conceição que era de sua mãe e, diante da qual, rezava piedosamente para todos aqueles que a ela se recomendavam. Essa Imagem, ainda hoje, se encontra na sala da casinha onde ela viveu, sobre o Altar da antiga Capela.
Em 1954, a Igreja de Nhá Chica foi confiada à Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor que desde então abriu, bem ao lado da Igreja, uma obra de assistência social para Menores, que vem sendo mantida por benfeitores devotos de Nhá Chica. Hoje a “Associação Beneficente Nhá Chica” (ABNC) acolhe mais de 160 crianças entre meninas e meninos.
Ao longo dos anos, a “Igrejinha de Nhá Chica”, depois de ter passado por algumas reformas, é hoje o “Santuário Nossa Senhora da Conceição” que acolhe Peregrinos de todo o Brasil e de diversas partes do mundo. Muitos fiéis que o visitam, lhe pedem favores. Tantos voltam para agradecer e registram suas graças recebidas. Atualmente, no “Registro de graças do Santuário”, podem-se ler aproximadamente 20.000 graças alcançadas por intermédio de Nhá Chica.
A Serva de Deus morreu no dia 14 de junho de 1895, contando 87 anos de idade, mas foi sepultada somente no dia 18, no interior da Capela por ela construída. As pessoas que ali estiveram sentiram exalar-se de seu corpo um misterioso perfume de rosas durante os quatro dias de seu velório. Tal perfume foi novamente sentido no dia 18 de junho de 1998, 103 anos depois, por Autoridades Eclesiástica e por membros do Tribunal Eclesiástico pela Causa de Beatificação de Nhá Chica e, também, pelos Pedreiros, por ocasião da exumação do seu corpo. Os restos Mortais da Serva de Deus se encontram, hoje no mesmo lugar, no interior do Santuário Nossa Senhora da Conceição em Baependi, protegidos por
uma Urna de acrílico colocada no interior de uma outra de granito, onde são venerados pelos fiéis.
Oração da Nhá Chica:
Deus, nosso Pai, vos revelais as riquezas de vosso Reino aos pobres e simples. Assim agraciastes vossa serva Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica, com inúmeros dons: fé profunda, amor ao próximo e grande sabedoria. Amou a Igreja e manteve uma terna devoção à Imaculada Conceição. Por sua intercessão, concedei-nos a graça de que precisamos….. E dai-nos a alegria de vê-la elevada à honra dos altares. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Com informações da Agência Brasil e Edutec