quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Festa da Exaltação da Santa Cruz


No dia da exaltação da Santa Cruz, exaltamos o crucificado Jesus Cristo, ressurecto dentre os mortos.
A cruz para nós se tornou simboolo de libertação, Cristo nos libertou do cativeiro da morte, morrendo por nossos pecados no madeiro da Cruz.
" Ele Levou sobre si as nossas dores. "
" A Cruz é sinal de sofrimento para os que se perderam mas para nós  que fomos salavos é força divina" ( I Cor 1,18)

Ao longo dos anos com toda a igreja temos o costume de saudar mil vezes o nome de Jesus para colocar em fuga o mal.
Assim rezamos " Se na hora da minha morte o demônio me tentar, de nada vai adiantar, porque no dia da exaltação da santa cruz mil vezes eu clamei o nome de "Jesus."

"Jesus "  Jesus

SETEMBRO: MÊS DA BÍBLIA

"A Bíblia é a palavra viva do Deus vivo, que cura, salva, perdoa e liberta."

No sentido histórico o nome biblia que dizer " rolo de livros" sagrados, mas tais livros so receberam o nome de Bíblia através de Jeronimo tradutor dos escritos originais para a Vulgata latina, ou tradução  dos livros em latim vulgar, por tamanha grandeza tais palavras divinas inspiravam nos homens tementes ao Deus de Abrãao. A biblia é um dos livros mais antigos em uso pela humanidade. Ela é a longa experiência histórica do povo hebreu, onde se presevou seus costumes e suas crenças religiosas. Por isso a origem do nome " testamento" que quer dizer pacto, aliança. Isto é, o pacto do Deus de Abrãao com todo o seu povo.
Atualmente temos visto na mídia inúmeras pessoas que usam  a biblia para deturpar a cabeça das pessoas, diversos lideres religiosos usam  a palavra de Deus, como instumento de dominação. No sentido de subjugar as populações menos favorecidas. Se fossemos fazer análise do discurso de alguns lideres religiooso iriamos nos deparar com inúmeras controvérsias mesmmo dentro da mesma denominação religiosa.
Ou a inversão do discursos vivendo assim discursos farisaicos onde muitos usam a palavra de Deus, mas nao pratica se mostram incoerentes com tais ensinamentos.
O que podemos citar como concreto e a má distribuição de renda da população, onde inúmeros lideres religiosos usam a palavra para beneficio proprio. Pregam contra a usura e vivem a mercê dela.

domingo, 29 de agosto de 2010

Santo Agostinho de Hipona !!! Rogai pelos seus filhos espirituais

Hoje celebremos Santo Agostinho de Hipona, um dos nossos pais espirituais da nossa Fraternidade.

Aurélio Agostinho nasceu em Tagasta, cidade da Numídia, de uma família burguesa, a 13 de novembro do ano 354. Seu pai, Patrício, era pagão, recebido o batismo pouco antes de morrer; sua mãe, Mônica, pelo contrário, era uma cristã fervorosa, e exercia sobre o filho uma notável influência religiosa. Indo para Cartago, a fim de aperfeiçoar seus estudos, começados na pátria, desviou-se moralmente. Caiu em uma profunda sensualidade, que, segundo ele, é uma das maiores conseqüências do pecado original; dominou-o longamente, moral e intelectualmente, fazendo com que aderisse ao maniqueísmo, que atribuía realidade substancial tanto ao bem como ao mal, julgando achar neste dualismo maniqueu a solução do problema do mal e, por conseqüência, uma justificação da sua vida. Tendo terminado os estudos, abriu uma escola em Cartago, donde partiu para Roma e, em seguida, para Milão. Afastou-se definitivamente do ensino em 386, aos trinta e dois anos, por razões de saúde e, mais ainda, por razões de ordem espiritual.

Entrementes - depois de maduro exame crítico - abandonara o maniqueísmo, abraçando a filosofia neoplatônica que lhe ensinou a espiritualidade de Deus e a negatividade do mal. Destarte chegara a uma concepção cristã da vida - no começo do ano 386. Entretanto a conversão moral demorou ainda, por razões de luxúria. Finalmente, como por uma fulguração do céu, sobreveio a conversão moral e absoluta, no mês de setembro do ano 386. Agostinho renuncia inteiramente ao mundo, à carreira, ao matrimônio; retira-se, durante alguns meses, para a solidão e o recolhimento, em companhia da mãe, do filho e dalguns discípulos, perto de Milão. Aí escreveu seus diálogos filosóficos, e, na Páscoa do ano 387, juntamente com o filho Adeodato e o amigo Alípio, recebeu o batismo em Milão das mãos de Santo Ambrósio, cuja doutrina e eloqüência muito contribuíram para a sua conversão. Tinha trinta e três anos de idade.
Depois da conversão, Agostinho abandona Milão, e, falecida a mãe em Óstia, volta para Tagasta. Aí vendeu todos os haveres e, distribuído o dinheiro entre os pobres, funda um mosteiro numa das suas propriedades alienadas. Ordenado padre em 391, e consagrado bispo em 395, governou a igreja de Hipona até à morte, que se deu durante o assédio da cidade pelos vândalos, a 28 de agosto do ano 430. Tinha setenta e cinco anos de idade.
Após a sua conversão, Agostinho dedicou-se inteiramente ao estudo da Sagrada Escritura, da teologia revelada, e à redação de suas obras, entre as quais têm lugar de destaque as filosóficas. As obras de Agostinho que apresentam interesse filosófico são, sobretudo, os diálogos filosóficos: Contra os acadêmicos, Da vida beata, Os solilóquios, Sobre a imortalidade da alma, Sobre a quantidade da alma, Sobre o mestre, Sobre a música . Interessam também à filosofia os escritos contra os maniqueus: Sobre os costumes, Do livre arbítrio, Sobre as duas almas, Da natureza do bem .
Dada, porém, a mentalidade agostiniana, em que a filosofia e a teologia andam juntas, compreende-se que interessam à filosofia também as obras teológicas e religiosas, especialmente: Da Verdadeira Religião, As Confissões, A Cidade de Deus, Da Trindade, Da Mentira
 
Destarte, que diante da vida de Agostinho entendemos que Deus escolhe os pecadores, os fracos para confundir a sabedoria do mundo presente. Deus ao longo da história da salvação escolhera para compor o seu povo eleito, os mais necessitados da sua misericórdia. Pessoas que foram rejeitados pelos sábios das grandes religiões e grandes templos. Deus quis contar com aqueles que eram considerados verdadeiros"nada" pela sociedade e os fez homens celebres diante de todos séculos.
Por isso antes de julgarmos outro que está precisando de ajuda, olhemos-nos para nós mesmos.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Então, a Igreja «adora os santos»?

Pe. Henrique Soares da Costa




Desde há muito tempo acusa-se a Igreja católica de desprezar as Sagradas Escrituras e tornar sem eficácia a única mediação de Cristo Jesus com o culto à Virgem Maria e aos Santos.






Também neste ponto - como naquele referente às imagens - não há fundamento algum numa tal acusação.






É verdade que somente Jesus Cristo salva: “Não há, debaixo do céu, outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (At 4,11). Ele é o único Mediador entre Deus, nosso Pai, e a humanidade: “Há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus, que se deu em resgate por todos” (1Tm 2,5). Nele nós temos a bênção da graça e da salvação: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda a sorte de bênção espirituais, nos céus, em Cristo. É pelo sangue deste que temos a redenção, a remissão dos pecados... (Ef 1,3.7). Este, é, portanto, um ponto central claríssimo da fé católica: só Cristo salva e somente Cristo intercede por nós junto do Pai. Não há outra mediação fora da mediação do único e absoluto Salvador, Cristo Jesus.






Como, então, justificar o culto aos Santos? Como compreender que se fale em intercessão dos Santos e, particularmente, da Virgem Maria?






1. O que é «um Santo»?


Antes de tudo, é importante compreender bem o que é um Santo.






Segundo a Escritura, somente Deus é Santo (cf. 1Sm 2,2; Sl 22,3; Is 6,3). A palavra hebraica «santo» (=kadosh) significa «separado». Deus é o Outro, o que está para além de tudo, o que é diverso de toda a criação, é aquele que não pode ser confundido com as criaturas, aquele que não pode ser manipulado pelo homem. Deus não está entre as criaturas: ele é o sustento de tudo, é o fundamento de tudo: “Nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17,28). Porque é Santo, Deus é completamente livre, soberano, glorioso. A Igreja, fiel à Palavra de Deus, afirma, na Oração Eucarística II: “Na verdade, ó Pai, vós sois Santo e fonte de toda a santidade!”






Sendo o Filho eterno do Pai, e Deus com o Pai, Jesus Cristo é o Santo de Deus (cf. Mc 1,24; Lc 1,35; At 3,14...). A cada Domingo a Igreja dirige-se, na Missa, ao Senhor Jesus com estas palavras: “Só vós sois o Santo, só vós o Senhor, só vós o Altíssimo, Jesus Cristo, com o Espírito Santo na glória de Deus Pai” (Oração do Glória). Sendo o Santo, ele nos santificou com a sua cruz e ressurreição, pois, ressuscitando, derramou sobre nós o seu Espírito Santo, Espírito de santificação: “Dizendo isso, soprou sobre eles e lhes disse: «Recebei o Espírito Santo...» (Jo 20,22). Ao sermos batizados, recebemos o Espírito Santo do Cristo ressuscitado, que nos dá uma nova vida: a vida do próprio Deus. É esta vida nova que nos faz “Santos”: “Vós vos lavastes, fostes santificados, fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito Santo” (1Cor 6,11) “Nele (em Cristo) ele (o Pai) nos escolheu antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele no amor” (Ef 1,4). Por isso mesmo São Pedro afirma na sua carta: “Vós sois uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, o povo de sua particular propriedade” (1Pd 2,9).






Assim, aqueles que foram batizados em Cristo receberam a santidade de Cristo porque receberam o Espírito Santo de Cristo, Espírito santificador. Por isso mesmo muitas vezes São Paulo chama todos os cristãos de “Santos” (cf. 1Cor 1,2; 2Cor 1,1; Ef 3,8; Fl 4,21...). No entanto o cristão, sendo santo, ou seja, santificado por Cristo, deve viver como santo. Escrevendo aos Coríntios, o Apóstolo assim se referia aos batizados: ... àqueles que foram santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos... (1Cor 1,2). Em outras palavras: já santificados pelo Batismo, devemos cada vez mais nos abrir à ação do Espírito de santificação, que é o Espírito do Cristo ressuscitado. Vejam bem: a santidade é um fato já concreto para todo batizado: somos santos, fomos santificados e, ao mesmo tempo, é um processo, um desafio, um programa de vida: tornarmo-nos, por nossas ações e atitudes, aquilo que já somos. Assim, há santos que vivem como santos e há santos que vivem como pagãos! Só os primeiros são fiéis à graça recebida no Batismo!






Portanto, “santo”, para a Igreja, é todo cristão! Contudo, damos o nome de «santo» de um modo todo especial àqueles cristãos, irmãos nossos - canonizados ou não -, que já estão na Glória. Eles foram abertos à graça de Cristo, eles disseram “sim” sem reservas à salvação trazida por Jesus; aceitando completamente Jesus como Salvador, eles não resistiram à ação do Espírito Santo, eles viveram seu Batismo até às últimas conseqüências! O «santo» é um pecador como nós, que lutou para levar Cristo a sério e, procurando ser fiel à graça de Cristo, viveu o Evangelho. Por isso mesmo é apresentado pela Igreja como exemplo para todos nós. É este, aliás, o sentido da canonização: a Igreja propõe um filho seu como modelo de vida cristã e de seguimento a Cristo. Se alguém é «santo», é por graça de Deus, que o santificou. O «santo» não é um super-homem que, se santificou com suas forças! Ele recebeu a santidade de Cristo, foi aberto à ação santificante do Espírito do Senhor Jesus. Dizer que alguém é santo significa dizer que foi santificado por Cristo! “Pela graça de Deus sou o que sou: e sua graça a mim dispensada não foi estéril” (1Cor 15,10). Assim sendo, quando a Igreja afirma que alguém está na Glória e o chama «santo» deseja mesmo é mostrar o quanto a graça salvadora de Cristo é eficaz, o quanto a força do Senhor Jesus, nosso único Salvador, é capaz de transformar a nossa miséria humana e nos elevar à santidade. É Cristo que é admirável nos seus santos. O santo é uma obra prima da graça de Deus que opera através de Cristo Jesus! Admirando a obra prima, exaltamos o seu Autor! Como a própria Liturgia da Igreja reza: “Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e sem vosso auxílio ninguém é forte, ninguém é santo...” (Coleta da Missa do XVII Domingo Comum).






Fica claro, portanto, que a santidade dos que estão na Glória revela e enaltece a força e eficácia da santidade do Cristo Jesus e a ação santificadora do seu Espírito Santo, para a glória do Pai. O «santo» não é um concorrente da santidade de Deus, mas, ao contrário, é fruto dessa santidade divina.






Aí podemos entender o quanto é tola e errada aquela história: “a Igreja santificou fulano de tal”... A Igreja, coitada, não santifica ninguém: só Cristo santifica! A própria Igreja precisa da santidade de Cristo e é santificada pelo seu Espírito Santo! Na canonização, o que a Igreja faz é reconhecer, oficialmente, a santidade que a graça de Deus concedeu àquela pessoa! Só Deus é Santo e fonte da santidade; somente Deus é o autor de toda a santidade!






Atenção! Seria errado e herético considerar os santos como pequenos deuses, com uma força que viria deles mesmos, sem que tivessem recebido tudo de Cristo por pura graça do Senhor! A santidade deles brota única e totalmente de Cristo Jesus, doador do Espírito Santo! Os santos não são uns orixazinhos, não são duendizinhos, não são espíritos superiores, não são uma energia positiva; são irmãos nossos que, tendo sido fiéis ao seu Batismo, já estão na Glória, na comunhão do Deus de Amor e, nele, rezam por nós!






2. O culto aos Santos


A partir deste modo de compreender a santidade e os Santos é que se pode compreender corretamente o culto que a Igreja lhes presta.






O culto aos Santos é culto de louvor e gratidão a Deus, admirável nos seus Santos. Ao venerarmos um nosso irmão que foi santificado por Cristo, estamos reconhecendo a ação de Deus nele. Estamos também agradecendo a Deus por ter dado a graça àquele nosso irmão para que ele fosse aberto à ação do Espírito Santo. Lembremo-nos sempre: ao engrandecermos a obra de arte, louvamos e enaltecemos seu Autor! Quando a Igreja venera um seu filho que chegou à santidade, recorda-se sempre da frase de Paulo: “Pela graça de Deus sou o que sou: e sua graça a mim dispensada não foi estéril” (1Cor 15,10). Quando os cristãos exaltam as obras dos Santos, não esquecem que eles agiram pela força de Cristo, que foi o Espírito Santo do Senhor ressuscitado quem os inspirou e moveu para o bem, já que “é Deus quem opera em vós o querer e o operar” (Fl 2,13). Cumpre-se, assim, a palavra do Senhor Jesus: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. Nem se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no candelabro, e assim ela brilha para todos os que estão na casa. Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem o Pai que está nos céus” (Mt 5,14-16).






Assim, venerar um irmão que levou a sério o Cristo e seu Evangelho e que, para nós, é um exemplo de vida, é, sobretudo, reconhecer a potência maravilhosa da graça de Deus que, em Cristo, sustenta a fragilidade humana, dando-lhe a graça de viver testemunhar o Senhor Jesus.






Atenção! É errado pensar que o louvor aos Santos é dirigido a eles somente, como se eles fossem heróis pelas próprias forças. O louvor aos Santos é, em última instância, dirigido a Deus, autor e fonte da santidade dos Santos: é Ele que é admirável nos seus Santos! Um louvor que pare no Santo é errado!






E rezar a um Santo, pedir sua intercessão? Não seria ferir a mediação única de Cristo? Vejamos agora o sentido da intercessão dos Santos e como ela não fere, mas, antes, sublinha e proclama a única mediação de Cristo.






3. A intercessão dos Santos


A Escritura nos ensina que todos os batizados foram revestidos de Cristo e, tornando-se uma só coisa com ele, são membros do seu Corpo, que é a Igreja. Ser cristão é estar incorporado, enxertado no Senhor Jesus ressuscitado: “Todos vós, que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo... pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,27); “Vós sois o corpo de Cristo e sois seus membros, cada um por sua parte” (1Cor 12,27); “Nós somos muitos, mas formamos um só corpo em Cristo” (Rm 12,27). A união nossa com Cristo é tão forte e real, tão concreta e verdadeira, que Paulo fala que o cristão é batizado (=mergulhado) em Cristo, no Cristo, dentro de Cristo: “Não sabeis que todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, é na sua morte que fomos batizados?... Porque se nos tornamos uma só coisa com ele por uma morte semelhante à sua, seremos uma só coisa com ele também por uma ressurreição semelhante à sua” (Rm 6,3-9). A vida dos bem-aventurados no céu - e também já aqui na terra a vida de cada batizado - é vida em Cristo: “A graça de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6,23). A ele estamos unidos como os ramos à videira, de tal modo que vivemos da sua mesma vida: “Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o agricultor... Permanecei em mim, como eu em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanece na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,1.4-5). O cristão é aquele que permanece em Cristo, que vive não mais por si mesmo, mas por Cristo. A seiva, a vida nova da qual vivem os cristãos é o próprio Espírito Santo do Senhor Jesus ressuscitado, recebido no batismo: “Aquele que se une ao Senhor, constitui com ele um só Espírito” (1Cor 6,17); “Pois fomos todos batizados num só Espírito para ser um só corpo... e todos bebemos de um só Espírito” (1Cor 12,13). De tal modo isto é verdadeiro, real, que Paulo exclamava: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20); “Para mim o viver é Cristo...” (Fl 1,23). Cristo está de tal modo presente no cristão e este é de tal modo enxertado em Cristo e nele incorporado, que fazia o Apóstolo afirmar: “A vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Cl 3,2). E falar também do mistério de Deus que é “o Cristo em vós, a esperança da glória” (Cl 1,27). Aparece assim claramente que os batizados - particularmente os que estão na Glória - são uma só coisa com Cristo, estão em Cristo, foram «con-formados» com Cristo, são membros de Cristo, que é Cabeça de todos. Não há, para aqueles que estão na Glória, outra vida que não a de Cristo e em Cristo!






Ora, o Espírito de Cristo ressuscitado em nós, fazendo-nos uma só coisa com o Senhor Jesus, suscita em nós os bons sentimentos e as boas obras: tudo de bom que pensamos e fazemos é suscitado pelo Espírito Santo em nós: “É Deus quem opera em vós o querer e o operar” (Fl 2,13). É exatamente porque cremos em Cristo, porque estamos unidos a ele e nele estamos enxertados e incorporados pelo Batismo, que podemos realizar as obras da fé, daquela fé que atua pela caridade (cf. Gl 5,6). Quando rezamos, não somos nós que rezamos: quem ora em nós, quem louva em nós e intercede em nós é o próprio Espírito do Cristo Jesus ressuscitado: “Assim também o Espírito socorre a nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir como convém; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis e aquele que perscruta os corações sabe qual é o desejo do Espírito; pois é segundo Deus que ele intercede pelos santos” (Rm 8,26-27). É por isso que, já aqui na terra, pedimos aos nossos irmãos que intercedam por nós. Dizemos uns aos outros: «Fulano, reze por mim!» O próprio Novo Testamento recomenda que rezemos uns pelos outros (cf. 2Cor 1,1; Ef 1,16; 6,19; Fl 1,4; Cl 4,12; 1Ts 1,2; 1Ts 5,25; 1Tm 2,1; Tg 5,16). Pedimos a oração de um irmão batizado porque sabemos que ele ora em Cristo, que esse irmão é uma só coisa com Cristo, já que é membro do seu Corpo e vive do Espírito do Senhor ressuscitado, de modo que já não é ele quem ora, mas é Cristo que ora nele como Mediador único entre nós e Deus.






Com nossos irmãos que estão na Glória acontece o mesmo. A morte não nos separa do amor de Cristo nem dos irmãos, não rompe a comunhão entre os que estão com o Senhor, no céu, e nós, peregrinos: “Estou convencido de que nem a morte nem a vida... nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8,38-39). No Senhor todos vivem e permanecem unidos no amor. Se a morte interrompesse uma tal comunhão em Cristo isso significaria que ela - a morte - seria mais forte que o amor, que a vida e que a vitória do Senhor Jesus. Mas, não! Cristo é mais forte que a morte e o inferno: “Morte, onde está a tua vitória? Morte, onde está o teu aguilhão?” (1Cor 15,55). Desse modo, nossos irmãos que estão com Cristo (cf. Fl 1,23) na Glória, são plenamente membros do Corpo do Cristo, vivem do Espírito do Cristo ressuscitado e participam da única mediação de Cristo! É Cristo quem intercede neles, de modo que a intercessão dos Santos, amigos de Cristo, nada mais é que uma admirável manifestação do poder e da fecundidade da única mediação do Senhor Jesus. Ele é o único Mediador, que inclui na sua mediação única todos os que são uma só coisa com ele por serem membros do seu Corpo. A mediação do Senhor Jesus não é mesquinha: é única, mas não é exclusivista: ela inclui todos nós: não é exclusiva, mas inclusiva! Caso contrário, nem nós, que vivemos ainda neste mundo, poderíamos rezar uns pelos outros, já que isso é também uma forma de mediação.






Assim, é em Cristo, como seus membros, no seu Espírito, que os Santos intercedem ao Pai. A intercessão dos Santos nada mais é que uma manifestação da única intercessão do Senhor Jesus, que, sendo rico e potente, suscita em nós a capacidade de participar da sua única mediação. Os nossos irmãos na Glória são aquela nuvem de testemunhas de que fala a Epístola aos Hebreus: “Portanto, também nós, com tal nuvem de testemunhas ao nosso redor, rejeitando todo o fardo e o pecado que nos envolve, corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, com os olhos fixos nAquele que é o Autor e Realizador da fé, Jesus” (Hb 12,1-2). São eles que, a exemplo dos primeiros santos mártires, participando da mediação única do Senhor Jesus, e nessa única mediação, suplicam em nosso favor, como membros de Cristo: “Vi sob o Altar as vidas dos que tinham sido imolados por causa da Palavra de Deus e do testemunho que dela tinham prestado. E eles clamaram em alta voz: ‘Até quando, ó Senhor Santo e Verdadeiro, tardarás a fazer justiça, vingando nosso sangue contra os habitantes da terra?’” (Ap 6,10).






Certamente, como aquela que mais esteve unida a Cristo Senhor neste mundo e na glória, a Virgem Maria participa de um modo todo especial dessa única mediação de Cristo...






Fica claro que uma coisa é certíssima: a Igreja de Cristo, ao ensinar que os nossos irmãos do céu, os Santos, intercedem por nós, mostra o quanto a única mediação de Cristo é fecunda e eficaz... de tal modo fecunda e eficaz, que nela nos inclui e dela nos faz participantes! Não se trata, portanto, nem de concorrência, nem de competição e nem mesmo de uma mediação paralela à mediação única de Cristo. Também não se trata de uma escadinha de mediadores: os Santos seriam mediadores junto a Cristo e Cristo é o Mediador junto ao Pai. Não! Há um só Mediador! Todos os outros apenas participam da única mediação do Cristo Jesus, nossa Cabeça e nossa santificação. Se participamos desta mediação única é exatamente porque, pelo Batismo, recebemos a plenitude de Cristo: “Nele aprouve a Deus fazer habitar toda a plenitude e reconciliar por ele todos os seres” (Cl 1,19). E da sua plenitude todos nós recebemos graça sobre graça! (Jo 1,16).






Atenção! É errado pensar que os Santos intercedem por nós informando a Deus sobre nossas necessidades - como se Deus não as conhecesse! - ou convencendo Deus a mudar sua opinião. É errado e herético pensar que a Virgem Maria e os Santos intercedem por nós a Deus de modo independente de Cristo ou ao lado de Cristo! A Virgem e os Santos intercedem por nós em Cristo, como membros do seu Corpo e em união com a santíssima vontade do Senhor Jesus, nosso único Intercessor junto do Pai!






Para completar tudo quanto aqui foi dito, é muito útil transcrever trechos da declaração de um grupo de teólogos anglicanos, luteranos, reformados (todos protestantes!), ortodoxos e católicos reunidos em nome de suas igrejas na ilha de Malta, nos dias 8-15 de setembro de 1983:






1. Todos reconhecemos a existência da Comunhão dos Santos como comunhão daqueles que na terra estão unidos a Cristo, como membros vivos do seu Corpo Místico. O fundamento e o ponto central de referência desta comunhão é Cristo, o Filho de Deus feito homem e Cabeça da Igreja (cf. Ef 4,15-16), para nos unir ao Pai e ao Espírito Santo.






2. Esta comunhão, que é comunhão com Cristo e entre todos os que são de Cristo, implica uma solidariedade que se exprime também na oração de uns pelos outros; esta oração depende daquela de Cristo, sempre vivo para interceder por nós (cf. Hb 7,25).






3. O fato mesmo de que, no céu, à direita do Pai, Cristo roga por nós, indica-nos que a morte não rompe a comunhão daqueles que durante a própria vida estiveram unidos em Cristo pelos laços da fraternidade. Existe, pois, uma comunhão entre os que pertencem a Cristo, quer vivam na terra, quer, tendo deixado os seus corpos, estejam com o Senhor (cf. 2Cor 5,8; Mc 12,27).






4. Neste contexto, compreende-se que a intercessão dos Santos por nós existe de maneira semelhante à oração que os fiéis fazem uns pelos outros. A intercessão dos Santos não deve ser entendida como um meio de informar Deus das nossas necessidades. Nenhuma oração pode ter este sentido a respeito de Deus, cujo conhecimento é infinito. Trata-se, sim, de uma abertura à vontade de Deus por parte de si mesmo e dos outros, e da prática do amor fraterno.






5. No interior desta doutrina, compreende-se o lugar que pertence a Maria Mãe de Deus. É precisamente a relação a Cristo que, na Comunhão dos Santos, lhe confere uma função especial de ordem cristológica... Maria ora no seio da Igreja como outrora o fez na expectativa do Pentecostes (cf. At 1,14). Quaisquer que sejam nossas diferenças confessionais (=de religião), não há razão alguma que impeça de unir a nossa oração a Deus no Espírito Santo com a liturgia celeste, e de modo especial com a Mãe de Deus.






Este documento é assinado por teólogos e pastores luteranos, anglicanos, reformados, bem como por teólogos ortodoxos e católicos!






Conclusão: no culto e oração dos Santos nada há que fira a unicidade da mediação, da santidade e da glória de Cristo! É ele, Autor da santidade, que é grande e admirável nos seus Santos!








segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A mais antiga oração a Nossa Senhora

Um fragmento de papiro egipciano do século III, medindo 18 x 94cm, foi
adquirido pela Biblioteca John Ryland, de Manchester, na Inglaterra. Mas
apenas em 1917 identificou-se o seu conteúdo: tratava-se de uma oração
dirigida a Nossa Senhora.


Esta oração é a seguinte:


À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus;
não desprezeis as nossas súplicas
em nossas necessidades,
mas livrai-nos sempre de todos os perigos,
ó Virgem gloriosa e bendita. Amém.

Fonte: Livro “Com Maria, A Mãe de Jesus”, de Dom Murilo S.R.Krieger, scj (pág. 200

Crescem os ataques a cristãos na Indonésia

8.07.2010 - Em 2010 houve 28 incidentes, dez a mais que no ano anterior
JACARTA – Os ataques contra os cristãos aumentaram consideravelmente na Indonésia em 2010, constata o Setara Institute for Peace and Democracy.
Neste ano, o instituto registrou 28 violações da liberdade religiosa em relação a diferentes Igrejas cristãs. Esse dado contrasta com os 18 incidentes registrados em 2009 e os 17, em 2008, informa a agência AsiaNews.
Bekasi é a cidade com mais incidentes (7), seguida da capital, Jacarta (6). Se continuar nesse ritmo, no final do ano o número de incidentes será três vezes maior que no ano passado.
Por outro lado, houve queda nos casos de violência contra os ahmadi, considerados hereges pelos muçulmanos, por venerar Mirza Ghulam Ahmad como último profeta depois de Maomé. Em 2009, eles sofreram 33 ataques. Neste ano, foram 4.
Os pesquisadores do instituto advertem que os ataques contra cristãos são ainda mais numerosos do que os registrados.
O vice-presidente do Setara, Bonar Tigor Naipospos, destacou que a polícia desempenha uma importante função nas violações da liberdade religiosa na Indonésia.
“Neste ano houve 12 incidentes relacionados com a proibição de construir igrejas ou o fechamento de lugares de culto por ordem dos chefes do distrito – explicou –. Os motivos alegados são sempre ‘pressão pública’”.
“Parece que as pessoas e o governo – afirma Naipospos – não se dão conta de que o direito a professar a própria religião, consagrado na Constituição, caminha ao lado do direito a ter um lugar de culto.”
Na opinião de Naipospos, “a culpa é de Jacarta, pois governa a questão da harmonia religiosa de maneira unilateral”.
No entanto, o governo defende-se. O presidente do Fórum para a tolerância religiosa e pesquisador chefe do Ministério de Assuntos Religiosos, Ahmad Syafi’i Mufid, afirmou que o Ministério é “o único que tenta prevenir o estouro de conflitos”.
Ele também defendeu as administrações locais, explicando que elas “estão confusas” e “recebem tantas informações que não conseguem saber quem tem razão e quem está equivocado”.
Nos primeiro meses de 2010, radicais islâmicos interromperam celebrações religiosas, impediram cristãos de ir à missa, destruíram locais de culto e barraram os trabalhos de construção de novas igrejas.
Neste mês, na noite do dia 9, enfrentamentos entre cristãos e muçulmanos em Jacarta deixaram três mortos, cinco feridos e sete casas incendiadas.
Entre 1999 e 2001, em Molucche, houve uma sanguinária guerra entre cristãos e muçulmanos, em eventos que deixaram milhares de vítimas, quase meio milhão de prófugos e centenas de igrejas e mesquitas destruídas.
Em fevereiro de 2002, chegou-se a uma trégua, firmada em Sulawesi do Sul, através de um plano de paz proposto pelo governo.
Os recentes atos violentos revelam as tensões entre cristãos e muçulmanos, após esse frágil tratado de paz de 2002.
Fonte: www.zenit.org

Igrejas evangélicas se multiplicam no Brasil e na América Central

30.07.2010 - O protestantismo avança na América Latina. Não há estatísticas consolidadas, mas em El Salvador, segundo uma recente pesquisa do Iudop (instituto ligado à Universidade Centro-americana, jesuíta), os que se declaram protestantes hoje representam mais de 38% da população - em 1988 eram apenas 16%. E no resto do continente, com exceção do México, pelo menos uma em cada dez pessoas é protestante. Em alguns casos, como na Guatemala, se anuncia que o país será em breve majoritariamente evangélico.
Embora na América Central a tendência seja pronunciada, os dados também falam por si mesmos ao sul do Panamá. Até 1960, no Brasil os protestantes sempre haviam se mantido abaixo de 5%. Mas nos anos 90 a proporção passou de 9% para 15,4%. E hoje, com cerca de 30 milhões de evangélicos, os brasileiros disputam com Alemanha, África do Sul e Nigéria o terceiro lugar no ranking dos países com mais protestantes do mundo, liderado por EUA e Reino Unido.
O protestantismo histórico, o de Lutero, o de Calvino ou o anglicano, sempre foi muito minoritário na América colonial, e só começou a se enraizar no início do século 20, com o "revival" [renascimento] norte-americano e a expansão das Igrejas pentecostais. Mas a que se deve uma mudança tão considerável em um continente que durante séculos foi majoritariamente católico?
Samuel Rodríguez, diretor da maior organização hispano-evangélica dos EUA, a Conferência Nacional de Liderança Cristã Hispânica (NHCLC na sigla em inglês), apresenta três motivos: que para se converter "não é preciso mudar sua cultura porque o Evangelho pode entrar com qualquer sotaque; que a Igreja Evangélica propõe "uma relação pessoal com Deus, sem burocracia religiosa"; e que, diante das ditaduras, "a religião ofereceu a liberdade".
O antropólogo salvadorenho Carlos Lara afirma que em seu país a ascensão do protestantismo "tem a ver com a guerra" e, embora somente em parte, também com uma certa "reação apolítica à Teologia da Libertação". Mas para Lara o fundamental é a mudança sociocultural.
Outro baluarte evangélico é seu papel social: centros de reabilitação para drogados, apoio nas prisões, colégios... Mas não atuam só em grande escala. As Igrejas evangélicas "funcionam como microssociedades nas quais os níveis de ajuda mútua são muito fortes", explica Lara.
Há quem chegue a atribuir ao protestantismo um certo efeito de ascensão social. Mas o antropólogo americano David Stoll, autor em 1990 do premonitório ensaio "A América Latina Está se Tornando Protestante?", mostra-se cético: "Passar quatro noites na igreja, em vez de bêbado na rua, melhora a alimentação das crianças e promove relações familiares mais adequadas. Mas não se pode demonstrar que tornar-se evangélico melhore sua posição social".
Diante da perda de fiéis, Crisóforo Domínguez, da Conferência Episcopal Latino-Americana, opina que, mais que um erro, a Igreja Católica cometeu um "pecado de omissão". De fato, perguntados sobre a visita de Bento 16 ao Brasil em 2007 - interpretada na época como uma forma de conter as conversões evangélicas -, o veredicto dos acadêmicos consultados por "El País" foi unânime: de nada serviu.
Samuel Rodríguez não duvida de que até o final do século o continente será "majoritariamente evangélico". Mas nem todos veem isso tão claramente. O teólogo espanhol José Casanova, professor em Georgetown, indica que "as projeções não estão se realizando". E o sociólogo brasileiro Antonio Pierucci indica que "havia muitos católicos dispostos a abraçar uma religião mais exigente em termos de comportamento e dedicação. Inclusive no aspecto monetário. Mas nem todos", diz, e "isso definirá o teto".
Projeções estatísticas à parte, ninguém dá demasiada importância às consequências. Samuel Rodríguez acredita que "os valores [evangélicos e católicos] são os mesmos". Tanto que os compara com "uma Pepsi e uma Coca-Cola". Pierucci, por sua vez, descarta uma mudança cultural: "O grande problema é que os evangélicos proíbem o álcool, então depois de um casamento bebem água ou suco de frutas. Sabe quanto dura uma festa dessas?", pergunta com ironia.
O que parece evidente é que a óptica evangélica reserva para a mulher um papel social de maior destaque. "Esse é um aspecto muito importante", diz José Casanova. "E não tanto pelos pastores - que podem ser mulheres nas Igrejas protestantes -, como pela frequência feminina, que contrabalança o machismo."
Também há quem veja certa americanização cultural, mas Casanova aponta que, em todo caso, a influência será bidirecional. "Nos EUA, em longo prazo, haverá um deslocamento pró-democrata do voto evangélico hispânico." Rodríguez confirma que, até a chegada da lei de imigração "racista" do Arizona, "a população latina estava decidida a votar republicano".
Outro efeito da ascensão do protestantismo, segundo Casanova, é a "renovação" católica: "No Brasil os carismáticos - com práticas cerimoniais semelhantes às de alguns evangélicos - representam mais de 20%". Rodríguez aponta inclusive para a política: "Muitos líderes de sucesso falam de redenção e de Jesus". Até "a fraseologia de Hugo Chávez é evangélica", ele diz.
E o Twitter parece lhe dar razão. Depois de abrir a tumba de Bolívar, o presidente venezuelano "tuitou": "Meu Deus, Meu Deus. Meu Cristo, nosso Cristo! Enquanto rezava em silêncio vendo aqueles ossos, pensei no senhor".
Fonte: UOL noticias

sábado, 31 de julho de 2010

Adoremos o Santissimo por toda a igreja


"Adorar é consumir-se pelo adorado."

Nesses últimos tempos a santa igreja católica, maior depositária da fé apostólica tem sido atacada de diversas maneiras pelos seus adversários. Inúmeras acusações tem transitado na mídia levando o povo católico a um calvário e ao mesmo tempo a uma forte reflexão no seio da igreja. Onde inúmeros sacerdotes de Cristo foram acusados de pedofilia e muitos admitiram a sua culpa, seu pecado em relação a tamanha atrocidade cometida  a inúmeras crianças . Sabemos, nós cristãos que o crime de pedofilia é um crime abominavél. Porém repito em bom tom, que não devemos julgar ou condenar a uma totalidade de cristãos pelos pecados e erros de alguns, não podemos generalizar ou banalizar a igreja pela  atitude de alguns. 
Assim convocamos a todos os católicos que  prostem-se seus joelhos diante de Jesus vivo, ressurecto escondido sob o véu do sacramento. Jesus que promteu  que" estaria conosco todos os dias até a consumação dos tempos. "  Que façamos um grande cerco de oração e adoração  pela santa igreja de Cristo, pelo seus bispos e sacerdotes, para que o senhor Jesus os fortaleça e os guarde de todo mal. Que nós cristãos do mundo inteiro prostemos  diante do santissimo Sacramento, o corpo e sangue de Jesus em reparação pelos pecados de muitos sacerdotes. 
Para que o Senhor Jesus tenha misericórdia da sua santa igreja. Que o coração Imaculado da Virgem Maria possa triunfar em muitos corações. Que nós fiéis da igreja entendamos que estamos na igreja, unicamente por Jesus Cristo, nosso mestre e que todos os seres humanos são falhos e limitados. Que não abandonamos a igreja de Cristo por causa de alguns de seus representantes.

domingo, 6 de junho de 2010

Mês de Junho: Mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus


PROMESSAS DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO AOS DEVOTOS DE SEU SACRATÍSSIMO CORAÇÃO







1) Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.






2)Trarei e conservarei a paz em suas famílias.






3) Consolá-los-ei em todas as suas aflições.






4) Ser-lhes-ei refúgio seguro na vida e principalmente na morte.






5) Lançarei bênçãos abundantes sobre seus empreendimentos.






6) Os pecadores acharão em meu Coração a fonte e o oceano das misericórdias.






7) As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas.






8) As almas fervorosas elevar-se-ão em pouco tempo a uma alta perfeição.






9) A minha benção pousará sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem do meu Sagrado Coração.






10) Darei aos sacerdotes o poder de tocar os corações mais endurecidos.






11) As pessoas que propagarem esta devoção terão seus nomes inscritos para sempre em meu Coração.






12) A TODOS OS QUE COMUNGAREM NAS PRIMEIRAS SEXTAS-FEIRAS DE 9 MESES SEGUIDOS DAREI A GRAÇA DA PERSEVERANÇA FINAL E DA SALVAÇÃO ETERNA.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Santa Rita de Cássia!! Rogai por nós !! Filhos de Jesus o Senhor


Santa Rita de Cássia ou Santa dos Impossíveis, como é geralmente conhecida a grande advogada dos aflitos, nasceu em Rocca Porena, perto de Cássia (Itália), em 22 de Maio de 1381, tendo por pais Antônio Mancini e Amada Ferri. O nascimento da Santa foi precedido por sinais maravilhosos e visões celestiais que fizeram seus pais perceberem algo da futura e providencial missão de Rita, que seria colocada no mundo para instrumento da misericórdia de Deus em favor da humanidade sofredora.







Desde jovem, Rita tinha intenção de ser religiosa, mas seus pais, temendo que ela ficasse sozinha, resolveram casá-la com um jovem de família nobre, mas de temperamento excessivamente violento. Ela suportou pacientemente tal situação por 18 anos. Como ele tinha muitos inimigos, foi assassinado. A viúva suportou a dolorosa perda, perdoando os assassinos. Porém, crescia em seus filhos o desejo de vingança. Rita pediu que Deus os levasse, pois seria melhor que outra tragédia. Assim, perdeu os filhos. Rita estava livre para dedicar-se a Deus e pediu para entrar no Convento das religiosas Agostinianas da cidade. Mas naquela comunidade só podiam entrar virgens. Então, ela transformou sua casa num claustro, onde rezava as orações habituais das religiosas.






Uma noite, enquanto rezava, ouviu três batidas violentas em sua porta e uma voz lá de fora dizia: “Rita! Rita!”. Abriu a porta e viu em sua frente três Santos, que rapidamente a levaram ao Convento onde havia sido negada três vezes. Os mensageiros fizeram-na entrar, apesar das portas estarem fechadas, e deixaram Rita de Cássia em um dos claustros. Depois desapareceram.A superiora ficou fascinada com essa manifestação Divina. As religiosas decidiram por unanimidade que a viúva fosse recebida. Admitida noviça Rita começou a trabalhar para realizar seus desejos. Consagrou-se à oração e penitência, seu corpo foi seguidamente flagelado. Passava os dias a pão e água e noites sob vigília e oração.






Certo dia pediu com extraordinário fervor que um estigma de Jesus aparecesse para sentir a dor da redenção. Em uma visão, Rita recebeu um espinho cravado em sua testa. A chaga ficou por toda a vida e ainda pode-se vê-la em sua cabeça conservada intacta com o resto do corpo.






Um dia uma parente foi visitá-la, ela agradeceu a visita e ao se despedir pediu que lhe trouxesse algumas rosas do jardim. Como era inverno e não tinha rosas, pensaram que Rita estava delirando e sua visitante não ligou para seu pedido. Como para voltar para casa teria que passar pelo jardim olhou e se surpreendeu ao contemplar quatro lindas rosas que se abriram entre os ramos secos. Admirada do prodígio, entrou no jardim, colheu as flores e as levou ao Convento de Cássia. Nesta época, Rita estava muito doente e morreu em 22 de Maio de 1547.






No dia seguinte, seu corpo foi colocado na Igreja do Convento. Todos os habitantes da cidade foram venerar a religiosa.






Santificação e corpo intacto


No século XVII foi beatificada e em 24 de Maio de 1990, canonizada. O corpo de Santa Rita de Cássia continua conservado intacto até hoje. Qualquer pessoa pode contempla-la na Igreja do Convento de Cássia, dentro de um relicário de cristal. Depois de tantos anos, seus membros ainda têm flexibilidade e pela expressão do rosto, parece estar dormindo


Santa Rita uma das Santas patronas de Nossa Comunidade.

Em defesa da fé católica

Temos visto nesses últimos dias, os noticiários denegrindo da imagem da igreja, levando em consideração casos isolados de sacerdotes envolvidos com pedofilias. Mas me pergunto. Será que podemos julgar um rebanho inteiro por algumas ovelhas? ou melhor alguns lobos disfarçados em ovelha em meio a santa igreja de Cristo. A igreja não tem culpa de pessoas como essas, a biblia nos diz ; " os escandálos são inveitáveis, mas aí daqueles que os causam. "
O profeta Jeremias nos alerta" Maldito homem que coloca sua confiança em outro homem. " Porque a nossa fé está em Jesus e não em pessoas que são falivéis de erro. Precisamos nos conscientizar que em todas as religiões existem suas mazelas. Porém precisamos trata-las com rigidez, mas porém não podemos julgar. A igreja é uma instituição de mais de 2 mil anos de existência, que ao longo da sua história existiram diversos problemas como esses dos últimos dias. Mas a Igreja continurá igreja, porque ela não foi fundamentada em preceitos humanos ou em orgulho feridos de alguns que logo após criaram outras denominações.
Os católicos que verdadeiramente adoram o Cristo, senhor com certeza não se deixaram abater por tamanhos pecados da igreja . Por que sabem em quem colocaram a sua confiança. Reconhecem que só Jesus é o Caminho e que a igreja de Cristo é a santa igreja católica, independente de seus membros que maculam sua imagem.
Recentemente vimos um sacerdote acusado de embriaguez, apresentador da Tv Canção Nova. Digo que precisamos antes de qualquer coisa apurar a verdade sobre tal assunto, e ter a certeza que estamos na igreja por causa de Cristo e não de homens . Claro que de certa forma é uma decepção.
Decepção essa também com a cantora gospel Ana  Paula Valadão, que recentemente fez inúmeras profecias dizendo que os católicos vivem na ingnorancia e na idolatria.  Oremos por tal moça para que o Senhor a conduza a luz da verdade e que não podemos nos julgar no direito de condenar a religião do outro. Se ela conhece a palavra de Deus, como afirma que ela lembre " Nem todo aquele que diz Senhor, senhor entrará no reino dos céus mas somente a aqueles que fazem a vontade do Pai.

PENTECOSTES

Celebrar pentecostes, é fazer memória a festa das tendas ou da colheita, mas principalmente o marco da cristianismo, onde a igreja católica de fato se expande por todos os lados do mundo conhecido. O próprio Cristo dissera isso aos seus. " Mas descerá sobre vós o espiríto ssanto e sereis minhas testemunhas até os confins do mundo. O espirito santo, espirito da verdade que nos faz verdadeiros evanglizadores. A evvangelização que o espirito quer e que possamos proporicionar aos nossos irmãos uma experiência de Deus. Experenciar o espirito é ter a certeza de Cristo Senhor e Salvador. Não podemos ir ao Pai, senão for por Cristo. Ele é a cabeça da igreja.  O espirito veio animar os discipulos que estavam amedrontados por causa das perseguições e dificuldades encontradas no inicio da caminhada. Mas logo que o espirito une as linguas de todos os povos em uma única lingua a línguagem do Amor fraterno. Diferentemente de Babel onde as linguas separavam os homens, o pentecostes do novo testamento uniu os homens, criando assim a santa igreja de Cristo. Mostrando a universalidade da salvação, não somente aos judeus, mas a todos os povos que creem que Jesus Cristo é o Senhor.
Clamemos esse novo pentecostes em nossa sociedade desumana, materialista e indivualista que só pensa em sí mesma. Esquecendo dos valores evangélicos apregoado pelo Cristo.
" Senhor realiza em nosso meio, um novo pentescostes tão necessario em nossa sociedade, para que os homens e as mulheres de hoje sejam verdadeiros canais de graça.

Vem Espirito Santo !!!!!!!!!!!!! E converta os corações humanos.

sábado, 17 de abril de 2010

Testemunho Ex-Protestante

TOM CABEEN - EX-TESTEMUNHA DE JEOVÁ / EX-BATISTA










Por Tom Cabeen






Tradução: Carlos Martins Nabeto






Fonte: http://www.voxfidei.com/






O Caminho de Arizona a Roma


















Um ex-membro do quartel-general dos Testemunhas de Jeová no Brooklyn (EUA) e sua esposa foram admitidos na Igreja Católica em 2006. Esta é a história desde o início:










"Meu pais foram batizados como testemunhas de jeová na primavera de 1954, logo após o meu quarto aniversário. Meu pai, àquela altura um rancheiro dedicado à criação de gado, cresceu sem freqüentar nenhuma igreja. Minha mãe tinha sido, até então, nominalmente metodista, sem freqüentar regularmente a sua igreja. Ambos foram atraídos pela versão de Cristianismo oferecido pela Torre da Vigia, aderindo a esta crença com grande entusiasmo.






Em cerca de dois anos, convencidos de que o fim do mundo (o Armagedon) se aproximava, venderam sua casa localizada no Phoenix (Arizona) e se ofereceram como voluntários 'para mudar para um lugar onde a necessidade de pregadores fosse mais urgente'. Em 1956, meu pai foi nomeado superintendente da Congregação Cottonwood, no Arizona, que nessa época era formada apenas por nossa família e um testemunha de jeová já em idade avançada. Em 1960 o grupo já tinha crescido; era uma pequena, porém muito dedicada Congregação composta por uma dezena de famílias. Papai rejuvenesceu o idioma espanhol que aprendera na escola secundária e fundou um pequeno grupo de estudo da Bíblia entre os hispânicos de Cottonwood. Pouco depois, a pedido da Sociedade Torre da Vigia, nos mudamos para El Centro, um povoado ao sul da Califórnia, onde meu pai serviu como superintendente de uma Congregação de fala hispânica.






Minha mãe e eu começamos a estudar espanhol. Eu aprendi o idioma com grande facilidade, porém ela teve muitas dificuldade para aprendê-lo e nunca conseguiu falá-lo fluentemente. Alguns anos depois, nos pediram novamente para que mudássemos para uma pequena Congregação de fala hispânica do Arizona. Após concluir a escola secundária em 1967, me dediquei ao ministério em tempo integral (Precursorado). Como resultado, fui classificado como 'Ministro Religioso' pela Junta local de recrutamento das forças armadas e fui isentado de prestar o serviço militar. No verão de 1968, por sugestão dos meus pais, apresentei a minha proposta para trabalhar no centro mundial dos Testemunhas de Jeová, no Brooklyn (Nova Iorque). Fui admitido e comecei a trabalhar ali a partir de 14 de novembro de 1968.






PROGRESSO NO BROOKLYN






No Lar de Betel - como normalmente é chamado a central do Brooklyn - me apliquei com diligência ao meu trabalho. Estava determinado a aprender tanto quanto fosse possível sobre os ensinamentos da Torre da Vigia. Minha vontade de entregar-me ao trabalho e uma aptidão natural para o mesmo resultou que me fossem atribuídas outras responsabilidades, as quais geralmente eram reservadas a pessoas com mais idade do que eu.






Pouco depois da minha chegada a Betel, meus pais começaram o ministério em tempo integral (Precursorado). Meu pai foi convidado a ser superintendente de circuito (pregador itinerante) e assim se dedicou a visitar as Congregações de fala hispânica no sudoeste e nordeste dos Estados Unidos por cerca de 10 anos.






Em Nova Iorque fui apontado, aos 19 anos de idade, como membro do Comitê de Serviço de minha Congregação local; aos 21 anos, já era ancião. No ano seguinte, fui nomeado "ancião betelita". Como tal, me cabia falar nas conferências e assembléias públicas como representante da Torre da Vigia. Aos 26 anos, fui o orador principal na assembléia de distrito de Roanoke (Virgínia). Em Betel, passei a trabalhar no linotipo principal, que imprimia a revista "A Atalaia". Um ano depois, fui nomeado supervisor de uma série de linotipos. Aos 27 anos, fui nomeado superintendente da oficina de impressão. Cultivava amizades com membros influentes e responsáveis por Betel, muitos deles escritores ou pessoas que trabalhavam em outras oficinas importantes, as quais eram atribuídas aos testemunhas mais leais e melhor formados. Nesses tempos, mantinha diálogo com eles acerca dos ensinamentos da Sociedade e do funcionamento da Organização.






Em finais de 1973, voltei a me encontrar com uma jovem e encantadora mulher, chamada Glória, que também era betelita e que tinha conhecido pouco depois de sua chegada a Betel, no ano de 1971. Namoramos por algum tempo, nos noivamos e nos casamos em 25 de maio de 1974. Glória, da mesma forma que eu, era uma fervorosa entusiasta da Sociedade Torre da Vigia e uma pessoa bastante trabalhadora. Ambos tínhamos decidido dedicar completamente nossas vidas como membros da sede principal durante os poucos anos que faltavam para chegar o fim do mundo no Armagedon. Nós dois aprendemos francês e nos oferecemos para trabalhar com os testemunhas de fala francesa, em sua maioria haitianas, em Newark, Nova Jersei.






SURGEM DÚVIDAS INQUIETANTES






Embora fosse testemunha de jeová durante quase 10 anos (me batizei em 1959), nunca tinha lido a Bíblia em sua totalidade. Decidi-me então a fazê-lo. Isto suscitou muitas dúvidas que assaltavam meus pensamentos. Quanto mais lia, mais contradições encontrava entre as simples explicações que ofereciam as Escrituras e as minhas crenças como testemunha. No princípio, atribuí a minha falta de compreensão à minha própria juventude e inexperiência. Porém, com o passar do tempo, o respeito e a confiança que os meus pares me conferiam passaram a aumentar. A esta altura, comecei a comentar cautelosamente as minhas dúvidas acerca da Bíblia aos membros superiores e mais respeitados da sede principal. Fiquei surpreso ao descobrir que muitos deles tinham os mesmos problemas que eu e também da forma sincera de se abordar esses assuntos. Comecei a olhar os ensinamentos da Torre da Vigia de diversos pontos de vista a partir da publicação do livro 'Auxílio para Entender a Bíblia', em 1971. Ocorreram mudanças na Organização que abriram as portas para o exame de outros ensinamentos fundamentais. Perguntava-me: 'Se nos enganamos pensando que certas atividades eram solidamente baseadas nas Escrituras, não poderíamos estar enganados também nas doutrinas?' E eu não era o único que perguntava essas coisas... Durante a década de 1970, uma crescente quantidade de pessoas sinceras da sede principal passou a ler outras traduções bíblicas além da Tradução do Novo Mundo da Torre da Vigia e ainda comentários bíblicos. Começamos a nos reunir em grupos informais; estudávamos e debatíamos abertamente, sem a 'assistência' das publicações da Torre da Vigia. Em 1979, me convenci que era impossível reconciliar certos ensinamentos-chaves da Torre da Vigia com a Bíblia. No entanto, ainda acreditava que Deus estava guiando a Organização, de forma que achava que grandes mudanças ocorreriam em breve. As aguardei com grande expectativa. Por outro lado, minha esposa Glória estava descontente em Betel. Suas dificuldades não eram, primariamente, de índole doutrinária, mas tinham a ver com a maneira como as pessoas eram tratadas. Desejava abandonar Betel para ter filhos. Segundo a minha forma de ver, a cronologia da Torre da Vigia estava correta; portanto, não conseguia entender o porquê de todo mundo querer ir embora faltando tão pouco para o fim do mundo...






Mencionei o caso a um amigo de confiança do Corpo Governante, Ray Franz. Ele me deu a cópia de uma carta que fora escrita à Sociedade Torre da Vigia por Carl Olof Jonsson, testemunha-membro do Corpo Diretivo da Suécia. Jonsson apresentava provas irrefutáveis de que a cronologia da Torre da Vigia continha erros sérios. A lógica que empregava e a documentação que apresentava eram sólidas e de grande erudição. Li a evidência uma e outra vez. Finalmente, me convenci. O que era difícil para eu aceitar não era o erro em si mesmo, mas a sua conseqüência. A cronologia era e é absolutamente essencial para determinar a afirmação da Sociedade Torre da Vigia de que é "o canal de comunicação" de Deus com a Humanidade neste breve período que antecede o fim do mundo. Comecei a considerar seriamente a possibilidade de que a Sociedade Torre da Vigia não era o que afirmava ser. Parecia existir a certeza de que os líderes da Sociedade, na melhor das hipóteses, tinham sido induzidos ao erro; ou, no pior dos casos, eram hipócritas e falsos profetas. Ainda que eu tivesse desfrutado muitíssimo em estar ao seu serviço e tivesse amado verdadeiramente os meus irmãos e irmãs testemunhas, parecia-me praticamente certo que minha partida definitiva era inevitável.






Assim, morreu em mim o desejo de apoiar ativamente algo que eu já não acreditava. Minha função na sede principal tinha encontrado o seu fim. No meio deste período confuso, meus pais vieram a Nova Iorque, provindos do Texas, para nos visitar. À raiz de alguns comentários que fiz acerca da excomunhão de alguns de nossos amigos íntimos, intuíram que a minha atitude incondicional anterior de apoio à Organização estava mudando. Lhes assegurei que jamais abandonaria a Deus, Jesus Cristo ou a Bíblia, porém, não podia negar que tinha sérias dúvidas quanto à autoridade da Organização. Todavia, já sem a fé na cronologia da Torre da Vigia, não havia mais nenhum motivo para adiar nosso desejo de formar uma família. Decidimos deixar Betel o mais rápido possível. Deixamos Betel em 15 de julho de 1980. Contudo, não estava preparado para me afastar totalmente da minha comunidade. Toda nossa vida estava ligada aos Testemunhas de Jeová. Também tinha a impressão de que estaríamos em uma situação mais favorável para que nossos pais compreendessem como tinha mudado a minha forma de pensar se ainda mantivéssemos alguma relação. As coisas não saíram como eu esperava. Esse foi o começo de um profundo distanciamento que durou um-quarto de século. Continuou aumentando até que me encontrei quase completamente isolado de meus pais. Nunca pude me reconciliar com meu pai antes que viesse a falecer em 2002. Porém, sempre o amei. Tudo estava para dar uma reviravolta. Tínhamos que recomeçar nossas vidas. Não tínhamos dinheiro guardado, pois servimos como voluntários nos doze anos anteriores, sem qualquer salário. Tinha, contudo, estudado muito, experiência trabalhista e conhecimentos técnicos, apesar de não possuir título universitário. Pedi 300 dólares emprestados ao meu sogro, para mudar-me para Lancaster (Pennsylvânia) com o pouco que tínhamos. Moramos com os pais de Glória durante 10 semanas, até que eu conseguisse encontrar um emprego e um lugar para viver.






EXPULSO DA COMUNIDADE DOS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ






Deixamos a sede principal por vontade própria, todavia a Organização me tinha em alta estima, de modo que pouco depois de chegar a Pennsylvânia fui nomeado membro do corpo de anciãos. Tinha dúvidas, mas não encontrava motivos para me afastar dos Testemunhas de Jeová, já que minha relação com eles não mandava desconsiderar o que me ditava a consciência. No entanto, descobri que isso ficava cada vez mais difícil, pois a tendência geral das publicações da Torre da Vigia desse período consistia em advertir contra aqueles que não concordavam com os seus ensinamentos, que eram classificados de "apóstatas" e merecedores da condenação eterna. Depois de 1 ano aproximadamente, renunciei ao meu cargo de ancião. Ao mesmo tempo, tivemos um filho, Matthew, que nasceu em 9 de agosto de 1981. Cerca de 1 ano e meio depois, os membros do Conselho da Congregação de Lancaster pediram para falar com Glória e comigo na habitual reunião de serviço de 5ª-feira à noite. Foi uma sessão judicial informal. Me interrogaram (na presença de Glória), durante mais de uma hora, se eu tinha "dúvidas". O único tema específico que me interrogaram era se acreditava ou não na Sociedade Torre da Vigia como uma organização de Jeová. Respondi que Deus tinha operado através dos Testemunhas de Jeová, mas que Ele não estava disposto a se limitar em operar através destes exclusivamente. Afinal, Ele é Deus - afirmei - e pode fazer tudo o que quiser. A reunião terminou sem que se tomassem medidas contra mim.






Ainda que tivéssemos sido muito ativos na Congregação, durante mais de dois anos e meio, poucos - se é que os havia - sabiam que tínhamos dúvidas. No entanto, em menos de dois dias, muitos ouviram que éramos "céticos". Pediram, então, para que comparecêssemos a outra breve reunião duas semanas depois. Os membros do Conselho nos fizeram saber que, considerando que as nossas dúvidas na Congregação eram "vox populi", precisavam tomar uma medida. Mencionei que nenhuma pessoa da Congregação sabia nada sobre as nossas dúvidas antes dos anciãos terem se reunido conosco. Era evidente que os próprios membros do Conselho tinham difundido essa idéia após aquela reunião. A esposa de um ancião tinha mencionado alguns detalhes da reunião a uma cunhada de Glória. Um dos membros do Conselho respondeu: 'Como você ficou sabendo dessa informação não é tema que interessa. Agora que é de domínio público, temos que tomar providências'. Anunciaram então sua decisão de nos expulsar. Isto significava que nossa família e amigos deveriam nos repudiar, caso contrário seriam também expulsos. Nós tivemos a impressão de que a decisão de nos expulsar já tinha sido tomada antes de se reunirem conosco, com base em fatores que não eram nem provas, nem o nosso próprio testemunho. Ficou evidente que não adiantaria apelar da decisão. Desta maneira, encerraram-se quase 3 décadas de nossa relação com os Testemunhas de Jeová. Nossa comunidade religiosa nos havia repudiado e agora estávamos sós.






OBRA DE DEUS ATRAVÉS DE UMA ORGANIZAÇÃO?






Apesar da forma como fomos tratados, havia muitas coisas admiráveis nos Testemunhas que eu tinha certeza que eram corretas. Tinha descoberto o erro, porém o que eu queria era a verdade. Precisava saber, de algum modo confiável, quais ensinamentos da Torre da Vigia eram verdadeiros e quais eram falsos. Uma vez que tinha acreditado que Deus empregara a Organização da Torre da Vigia como um canal exclusivo para se comunicar com seus fiéis, concentrei minhas reflexões nesse tema. Minha esperança era poder escrever um ensaio que ajudasse meus pais (antes de mais nada) a entender o porquê de eu ter mudado algumas das minhas opiniões sobre a Sociedade Torre da Vigia. Utilizando a minha Concordância e o Dicionário Bíblico, comecei a buscar minuciosamente nas Sagradas Escrituras evidências no sentido de verificar se Deus alguma vez usara ou não alguma organização como instrumento oficial para se comunicar diretamente com a Humanidade.






Concluí que não e publiquei o meu ensaio em um artigo que intitulei 'Deus opera através de uma organização?'. Com o passar dos anos, foi traduzido para diversos idiomas e teve uma circulação bastante ampla entre os Testemunhas que se separaram da Organização, especialmente quando a Internet passou a ser usada massivamente. Embora nesse momento tenha atuado sem sentimento de culpa, sinto um pouco de tristeza pelo êxito que teve e devo aceitar o fato de que meus escritos provavelmente induziram muitos ao erro. Inicialmente, não entendia a diferença entre as organizações humanas e a Verdadeira Igreja, o Corpo de Cristo. Posteriormente, corrigi o meu artigo para demostrar que Cristo estava organicamente unido ao seu Corpo, o que não ocorria com as organizações humanas. Porém, tinha ainda muito o que aprender sobre o que Jesus tinha começado e preservado: a Igreja visível, o Corpo vivo no qual Ele mora.






UMA MÃO EXTENDIDA AOS TESTEMUNHAS






Logo depois de ter deixado Betel, mantive contato com amigos ex-testemunhas e travei amizade com outros mais. Começou a se formar uma rede cada vez maior, mediante a qual se trocavam palavras de conforto e esperança. Durante o verão de 1983, meu amigo Peter Gregerson nos convidou, juntamente com vários testemunhas, para uma reunião na qual se decidiu dar um caráter oficial ao grupo, na forma de um ministério. Nosso grupo foi chamado 'Biblical Research and Commentary Incorporated' ou, abreviadamente, 'BRCI'. O objetivo era produzir material e proporcionar apoio aos testemunhas que se separavam, para facilitar-lhes na penosa transição da Sociedade Torre da Vigia para o 'mundo exterior'. No verão seguinte, em 1984, a primeira das várias reuniões anuais foi celebrada em Gadsden (Alabama).






Muitos testemunhas expulsos têm membros da família ou cônjuges que continuam sendo leais à Organização. Nos parecia assim que um nome bem mais neutro poderia facilitar a remessa dos materiais a essas pessoas sem chamar a atenção dos membros da família que continuavam como testemunhas para o fato de que o destinatário estava se correspondendo com um ex-testemunha, o que é terminantemente proibido. Pelo que me recordo, a sugestão do nome foi dada por Ray Franz, embora nunca tenha sido membro da diretoria da BRCI.






Estabelecemos uma linha telefônica confidencial de apoio para confortar as pessoas que sofriam por ter deixado a Organização da Torre da Vigia. Pouco depois de sua publicação, meu artigo sobre a Organização era sempre incluído no pacote informativo que era remetido aos que ligavam para a linha de apoio da BRCI.






EXPERIÊNCIA ECLESIÁSTICA






Durante aproximadamente os sete primeiros anos, Glória e eu líamos e estudávamos a Bíblia por nossa própria conta ou com outros ex-testemunhas, com os quais nos reuníamos semanalmente através de um pequeno grupo de suporte. Formamos fortes laços sociais com estes queridos amigos, porém nosso crescimento espiritual foi lento. Geralmente nossos debates centravam-se mais naquelas coisas que havíamos alguma vez acreditado como verdade, mas que depois tínhamos rejeitado. Volta e meia voltávamos ao mesmo assunto sempre que nos reuníamos. Finalmente, Glória me disse: 'Já estou cansada de examinar uma e outra vez as mesmas coisas de sempre. Quero aprender algo novo e verdadeiro sobre Cristo!' Também já tinha chegado nosso segundo filho, James, nascido em 22 de novembro de 1986. À medida que nossos filhos começavam a crescer, sentíamos cada vez mais a necessidade de encontrar cristãos que cressem na Bíblia com os quais nossos filhos pudessem se relacionar.






Muitas das crianças de nosso bairro eram educadas como humanistas seculares e não compartilhavam nem de nossos princípios cristãos, nem de nossos pontos de vista sobre a importância de se agradar a Deus. Tentamos em uma igreja local e logo em seguida nos tornamos amigos do pastor e sua esposa. Quando se inteirou de meu 'curriculum', me pediu para que tomasse conta de uma classe da escola dominical para adultos. Me surpreendeu que não me pedisse maiores detalhes sobre as minhas verdadeiras crenças. Nem sequer apareceu na minha classe para ver o que eu ensinava. Isto me pareceu estranho pois, para mim, a precisão doutrinária era muito importante. Porém, sempre ensinava a 'ortodoxia' no sentido de que podia respaldar meus ensinamentos tanto nas Sagradas Escrituras quanto nos comentários protestantes que gozavam de respeito. Nem Glória, nem eu jamais nos tornamos membros dessa igreja. Não queríamos nos incorporar a nenhuma organização religiosa. Depois de ensinar ali, por cerca de 1 ano, o pastor me pediu, lamentando, que eu deixasse o posto de professor, já que entendia que ninguém poderia ter classes e, ao mesmo tempo, não ser membro da igreja. Creio que tinha razão. Foi uma boa experiência em termos gerais. Começamos a fazer amigos cristãos. Nos inteiramos que nem todos os cristãos evangélicos estavam totalmente convencidos acerca da verdade doutrinal como nós estávamos. Buscávamos uma comunidade de crentes que tivessem bastante filhos e uma grande quantidade de programas para eles. Finalmente, fomos nos adaptando, pouco a pouco, a uma comunidade batista evangélica independente. Aí conhecemos muitos cristãos excelentes e rapidamente nos envolvemos em atividades eclesiásticas. Alguns meses depois de termos nos associado a essa igreja, outra vez me pediram que assumisse classes bíblicas para adultos, atividade esta que desempenhei ininterruptamente durante 14 anos.






LIÇÕES DE HISTÓRIA






No final da década de 1990, comecei a trabalhar em outro artigo com o objetivo de complementar aquele que havia escrito sobre a Organização. Minha intenção era auxiliar ex-testemunhas a encontrar outros crentes, para que pudessem se relacionar com eles. Queria que se sentissem tranqüilos, ajudando-os a compreender que muitas igrejas atuais ensinam e prestam culto de maneira semelhante aos discípulos do século I. Pensei que seria útil mostrar como eram os primeiros cristãos, como eram estruturadas suas congregações, como viviam e prestavam culto e em quais aspectos se diferenciavam dos ensinamentos e da prática dos Testemunhas de Jeová. Queria que compreendessem que viver como cristãos era o que mais importava e os incentivava a se incorporarem a alguma comunidade cristã centrada na Bíblia.






Comecei empregando somente as Escrituras, mas logo percebi que muitas coisas que se ensinam e praticam nas igrejas não podem ser fundamentadas diretamente e apenas nas Escrituras. Acabei comprando livros de História - com o passar do tempo, obtive dezenas deles - além de fazer muita pesquisa na Internet. Quando terminei de escrever o artigo 'Onde se encontra o Corpo de Cristo' recebi maravilhosos comentários. Porém, o que eu ia descobrindo suscitava em minha cabeça muito mais perguntas do que respostas...






UMA MUDANÇA DE VISÃO FUNDAMENTAL






Enquanto pesquisava, comecei a encontrar por acaso referências aos 'Primeiros Padres da Igreja'. Praticamente todos os eruditos, tanto católicos quanto protestantes (exceto alguns eruditos modernos) demonstravam um grande apreço por eles. Nessa época, eu somente tinha uma idéia muito vaga de quem eram eles. Quando fiquei sabendo, no final da década de 1990, que meu amigo David Bercot tinha publicado um Dicionário das Crenças dos Primeiros Cristãos, adquiri um exemplar. Dei uma olhada, mas não o li muito. Tinha minhas próprias idéias sobre como era a Igreja dos primeiros cristãos e de que maneira criam e prestavam culto. Depois de transcorridos 20 anos de minha saída da Sociedade Torre da Vigia, acreditava que pouco depois do século I a fiel Igreja Apostólica dos primeiros cristãos tinha se transformado na corrupta Igreja Católica Romana. Os Reformadores, como fiquei sabendo depois, tinham um ponto de vista semelhante, exceto que estabeleceram a data da "Grande Apostasia" no século IV, V ou mesmo depois. Contudo, tanto Lutero quanto Calvino acreditavam que a Igreja Ante-Nicena era realmente autêntica. Um dos objetivos da Reforma foi devolver à Igreja sua pureza original, impoluta, ante-nicena. Isto me fez repensar as conseqüências do conceito da "Grande Apostasia". O corolário desta doutrina é que Jesus não teve uma congregação de fiéis discípulos, nenhuma organização visível ou igreja sobre a terra, durante um longo período, talvez vários séculos, até que algum indivíduo (Martinho Lutero, João Calvino, John Wesley, Joseph Smith, Charles Russell ou qualquer outro), baseando-se apenas nos escritos dos primeiros cristãos, os compreenderam corretamente e "restauraram" o verdadeiro cristianismo apostólico sobre a terra. Finalmente, concluí que esse ponto de vista era indefensável, pois significaria que a maioria das pessoas que viveram entre a apostasia e a "restauração" - toda vez que esta supostamente ocorria - na prática não tiveram nenhuma oportunidade de se converter em verdadeiros cristãos, visto que o parecer era que ninguém era capaz de reconhecer 'as simples verdades que são ensinadas na Bíblia' até que aparecesse algum desses reformadores.






A IGREJA: VISÍVEL OU INVISÍVEL?






Também comecei a pensar seriamente sobre como deveria ser a verdadeira Igreja de Jesus Cristo. Devido a minha própria experiência, não me custou aceitar o ponto de vista da 'igreja invisível', na qual todos os membros da 'única santa Igreja católica e apostólica' encontram-se disseminados por todas as confissões cristãs do mundo e é composta por homens e mulheres de cada comunidade cristã que realmente levam à sério a fé e tentam viver em conformidade com as Sagradas Escrituras. A maioria das comunidades de fé que vi estava aparentemente repleta de pecadores que não praticavam a sua fé. Porém, enquanto pensava nisso, comecei a perceber que esta perspectiva apresentava problemas insanáveis. Uma igreja invisível é uma "comunidade" de pessoas espalhadas que não se conhecem, nem estão em mútuo contato. Na verdade, carece totalmente de características visíveis (pois, afinal, é invisível!). Não podemos saber nada de certo acerca de semelhante igreja: onde estão, em que crêem, como prestam culto. Concluí que tudo isso era fruto da imaginação. É como queremos que ela seja, já que não existe nada real com o que podemos comparar. É uma igreja que pode ser interpretada da nossa própria maneira. E o mais importante: não se parece absolutamente em nada com a Igreja descrita no Novo Testamento, que estava repleta de pessoas reais, santas e pecadoras; possuía uma estrutura que incluía presbíteros, diáconos e discípulos de Cristo que se submetiam, em menor ou maior grau, à sua liderança. Cada congregação dos fiéis de Deus descrita nas Escrituras não é apenas visível, mas também humana, com todos os problemas que existem em uma família, clube ou comunidade de seres humanos de qualquer parte. De que outra maneira poderia qualquer igreja ser o sal e a luz da comunidade? De que outra maneira poderiam os não-crentes ver suas boas obras e glorificar a Deus? Até os reformadores, embora rejeitando a autoridade de Roma, reconheciam a existência e a necessidade de um conjunto visível de crentes. Continuei lendo livros de História e também as obras dos primeiros cristãos. A estes lhes considerava representações precisas do que o conjunto principal de antigos cristãos cria e praticava. Me surpreendeu que tantos conceitos e ensinamentos que anteriormente rejeitava me tivessem sido apresentados de maneira incorreta e, inclusive, desonesta na Torre da Vigia e na literatura evangélica, retratando-os como ilógicos ou contraditórios às Sagradas Escrituras. Tal como os apresentavam os primeiros cristãos, geralmente tinham mais sentido e correspondiam melhor às Sagradas Escrituras que muitas das explicações que tinha lido nos Comentários. Comecei a aceitar uma quantidade cada vez maior dos ensinamentos que ali encontrava, simplesmente porque eram claros, maduros e se ajustavam às Escrituras. Um por um, analisei estes ensinamentos comparando-os com as Sagradas Escrituras e, enquanto me convencia de sua validade, paulatinamente minha interpretação do Cristianismo começou a mudar. A complexidade de certas passagens com que havia lidado durante anos passou a desaparecer lentamente. Realmente todas as peças começavam a se encaixar (pela primeira vez na vida). Toda a minha interpretação do Cristianismo se modificou!






SACRAMENTOS






Os primeiros cristãos criam que o Pão e o Vinho servidos durante a comunhão, após serem consagrados pelo presbítero, realmente se convertiam no Corpo e Sangue de Jesus Cristo. Isto é exatamente o que Jesus disse com clareza em João 6. No entanto, a maioria dos protestantes considera que as palavras de Jesus são simbólicas. Nenhum dos primeiros cristãos entendeu assim. Na verdade, fora pouquíssimas exceções, nenhum cristão anterior à Reforma alemã jamais duvidou deste ensinamento. Esta foi a minha introdução ao conceito de "sacramentos" da fé cristã: objetos materiais pelos quais Deus transmite a graça aos seus fiéis. Nunca ouvi mencionar acerca deles entre os Testemunhas ou os cristãos evangélicos. Todo o conceito me resultava novo e estranho. Porém, à medida que lia, orava e pensava nisso, o assunto tinha cada vez mais sentido. Em síntese, o culto sacramental ensina que Deus opera através de coisas simples como água, pão, vinho e óleo. Estes objetos materiais, quando são consagrados e empregados na Igreja fundada por Jesus, transformam-se em meios pelos quais a graça de Deus é comunicada aos seres humanos. Desempenham um papel fundamental na saúde e nos devolve a plena comunhão com nosso Pai celestial. Segundo esta perspectiva, Deus opera através da sua criação e não ao redor ou apesar dela mesma. No início, eu pensava que isto era totalmente alheio às Escrituras. Porém, agora, guiado pelos primeiros cristãos, passava a encontrar em todas as partes da Bíblia. Por exemplo: Naaman, um leproso sírio, foi curado ao obedecer a ordem de Eliseu (dita de passagem e transmitida por um criado seu) para banhar-se sete vezes no rio Jordão. A água não era mágica, porém Naaman precisou obedecer a ordem e banhar-se nessa água para ser curado (2Reis 5). Os primeiros cristãos criam que as águas do batismo tinham o poder de lavar ou eliminar o pecado dos novos discípulos (Atos 22,16), tal como tinha eliminado a lepra de Naaman. Outros exemplos: Jesus curou um cego fazendo lama, colocando-a sobre os seus olhos e mandando-o lavar-se na piscina de Siloé (João 9,6-11). Uma mulher acreditou que seria curada se tocasse apenas na borda das vestes de Jesus; e de fato foi curada. O pano não era mágico, mas em conjunto com sua fé, transformou-se no meio pelo qual recebeu o poder de Jesus (Mateus 9,20-22). Enquanto relia as Escrituras, me surpreendeu encontrar tantos relatos das obras poderosas de Jesus e dos Apóstolos que se davam por ações físicas como tocar ou soprar sobre os receptores, ou objetos usados como pão, peixe, óleo e vinho. Uma descoberta impactante!






Nessa mesma época, estava folheando alguns livros usados em uma loja quando encontrei um exemplar do Catecismo Católico à venda por alguns centavos. O comprei e comecei a ler. Fiquei maravilhado com o que havia encontrado! A explicação católica da fé e dos princípios morais cristãos, inclusive a salvação, o batismo, a redenção e a expiação dos pecados, parecia-se muito mais com a explicação da Igreja dos primeiros cristãos do que de qualquer Comentário protestante que havia lido. Com muita freqüência se referia aos primeiros cristãos como fonte de autoridade. A partir desse ponto, comecei a considerar seriamente a Igreja Católica Romana. Me surpreendeu descobrir como seus ensinamentos e práticas guardavam uma íntima relação com a perspectiva dos primeiros cristãos. Porém, como poderia explicar a existência de tantos católicos que não levavam a sério o Cristianismo? No princípio, com certa dificuldade de conceito, mas sempre pensando e orando, recordei que Deus empregou o antigo Israel como "recipiente" da auto-revelação divina transmitida por Moisés durante mais de 15 séculos, mesmo quando a maioria dos israelitas e até suas autoridades eram infiéis. Não poderia ter feito o mesmo com a Igreja universal fundada por Cristo?






A SAGRADA TRADIÇÃO






Eu havia me inteirado, pricipalmente através de fontes judaicas, que grande parte da prática judaica tinha sido transmitida durante séculos por via oral. Moisés comunicou as normas da Lei Mosaica aos israelitas no Sinai, porém nem tudo tido sido colocado por escrito. As tradições verbais foram colocadas por escrito pela primeira vez (no Talmud e na Mishná) logo após a destruição do Segundo Templo, no século I d.C. É certo que Jesus tinha dito que os fariseus tinham 'invalidado a Palavra de Deus por suas tradições'. Porém, me dei conta de que não quis dizer que toda tradição era negativa; apenas aquela que o homem tinha criado e que contradizia a Revelação divina. As Sagradas Escrituras dizem claramente que Cristo revelou muitas coisas aos seus discípulos e que não foram escritas (João 21,25). Também diz que 'a Igreja' (e não as Sagradas Escrituras) é 'a coluna e o fundamento da verdade' (1Timóteo 3,15). O que Jesus ensinou aos seus discípulos na forma oral não foi 'agregado às Escrituras' pelos Apóstolos; foram ensinadas oralmente aos novos discípulos que surgiram. As Escrituras foram redigidas dentro de um marco eclesiástico em pleno funcionamento, no qual cada ensinamento cristão havia sido transmitido na forma oral durante décadas. Quando o Apóstolo Paulo escreveu cartas às congregações, já tinha dedicado muito tempo antes ensinando-as na forma oral. Suas cartas podiam e diversas vezes deixou muitas coisas para expor. As cartas de Paulo tratam principalmente das contingências e problemas que requeriam o seu conselho e não dos ensinamentos e práticas que todos já conheciam, pois já tinham sido ensinados oralmente e previamente.






O MOMENTO DECISIVO: SEGUIMOS ADIANTE NA FÉ






Finalmente, fomos recompensados e a evidência mostrou ser conclusiva. Minhas investigações sobre a História da Igreja dos primeiros cristãos me permitiu adotar uma perspectiva católica sem que o meu anterior prejuízo contra a Igreja Católica viesse a interferir. O que íamos encontrando nos ensinamentos católicos era incrível: ensinamentos profundos, atraentes, respaldados pela História, de uma lógica coerente e que se ajustavam às Escrituras, resultando como gratificantes não apenas para a mente, mas também para o coração. Agora sentíamos que fazíamos parte desse caminho durante todos estes anos. Encontrei nos artigos de outros convertidos ao Catolicismo uma grande utilidade. Admito que tinha abordado a questão muito vagamente ao estudar o Cristianismo.






Muitos teólogos católicos são gigantes espirituais. Lendo-os, aprendi muito sobre Deus e suas peculiaridades, que jamais supus que existissem. Li 'The Everlastin Man', de G.K.Chesterton, que influenciou na conversão de C.S.Lewis ao Cristianismo. Seus livros 'Orthodoxy', 'Heresy' e 'Conversion' verdadeiramente me tocaram o coração. Os apologistas católicos têm um profundo respeito por C.S.Lewis, ainda que este fosse anglicano, já que sua teologia é praticamente ortodoxa. 'A Map of Life', 'Theology for Beginners' e 'Theology and Sanity', de Frank Sheed, são claros e concisos. Os livros de convertidos contemporâneos ao Catolicismo, como Jimmy Akin, Thomas Howard, Karl Keating, Scott Hahn, Dave Armstrong e Peter Kreeft são especialmente úteis para encarar as dúvidas que os protestantes têm sobre a fé católica. 'Catholic Christianity and his Christian Apologetics', do dr. Kreeft e Ron Tacelli, é mais claro e exaustivo que qualquer defesa protestante do Cristianismo que já li. 'Estas pessoas estão no caminho correto', pensei ao ler o livro. Pensam com maior profundidade que eu na maioria das questões e estão dispostas a arriscar suas vidas e carreiras para seguir a verdade aonde quer que estejam. Durante muito tempo cometi o erro de julgar os ensinamentos católicos baseando-me em pessoas católicas, a maioria das quais (como seus primos protestantes) são mais indiferentes acerca da teologia. Porém, depois de aceitar a evidência histórica de que a fé católica era a expressão original e mais completa do Cristianismo, não devendo julgar a Igreja inteira por causa do [mal] comportamento de alguns pecadores, minha perspectiva mudou. Comecei a ler obras católicas entusiasticamente. As explicações católicas do Cristianismo ajustam-se às Escrituras, ao mundo real e ao coração do ser humano. Creio, com toda a honestidade, que qualquer pessoa que as siga fielmente se transformará em um homem ou mulher de Deus. Os ensinamentos do Catolicismo são sólidos, plenos e retos. Chegamos a eles lenta e cuidadosamente, seguindo a verdade e identificando e rejeitando o erro.






Compartilhei com Glória as coisas que estava lendo. Ela também as leu e refletiu. Falamos de algumas coisas, porém eu não queria pressioná-la, para que pudesse tomar uma decisão por si mesma. Continuou lendo. Certo dia, simplesmente me disse: 'Deveríamos nos converter ao Catolicismo' (ela tinha sido batizada na Igreja Católica logo após nascer). Consumamos o nosso desejo de tornar parte desta venerável Igreja reunindo-nos com o nosso pároco, o pe. James Cronin, durante alguns meses, a fim de examinar [um pouco mais] os ensinamentos católicos. Fomos admitidos no seio da Igreja Católica Romana em 9 de junho de 2006. Estamos emocionados por sermos católicos e por nossos novos companheiros católicos. Nos sentimos completamente felizes dentro da Igreja que Jesus Cristo fundou. Encontramos o Lar!"




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Para citar este artigo:






CABEEN, Tom. Apostolado Veritatis Splendor: TOM CABEEN - EX-TESTEMUNHA DE JEOVÁ / EX-BATISTA. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5224. Desde 29/12/2008.